Confira o depoimento na íntegra do nosso primeiro aluno (ou seria cobaia? Como ele próprio se denomina rs). Mas antes, não podemos deixar de agradece-lo. Ficamos muito agradecidos e lisonjeados de receber um relato tão sincero.
Renato Cassola nos 21 km do Circuito Athenas. Sua melhor marca nesta distância. |
Tudo começou há exatos 3 anos, no dia 17 de março de 2013,
quando completei a minha primeira prova de corrida de rua. Após uns bons quilos
adquiridos, hábitos alimentares nada saudáveis e uma vida completamente
desregrada, decidi treinar por alguns meses e participar da prova de 5 km da ‘Meia
Maratona Internacional de São Paulo’. Cheguei ali me sentindo um guerreiro, mas
não posso dramatizar e dizer que foi sofrido. Não foi. Corri bem, corri rápido
para uma primeira prova e terminei em exatos 25 minutos. Naquele dia, não me
apaixonei pela corrida. Apenas gostei. Fiz outra prova alguns meses depois, de
4 km, mas nada que me envolvesse.
Não sei por qual motivo, no final desse ano de 2013, voltei
a me interessar por correr. Voltei com tudo. Rápido, sem limites e ainda sem
treinador. Logo comecei a sentir o cansaço, a dificuldade na recuperação e
ausência de progresso em meus treinos, o que, para um cara competitivo como eu,
logo iriam me desmotivar. Foi aí que decidi pedir umas dicas para uma amiga, a
Renata Medeiros, fundadora e treinadora da Gaia. Ela, com outro trabalho na
época, decidiu não só me ajudar, mas sim, me treinar. Começou a montar minhas
planilhas e me dar dicas semanais, tudo online, sobre como progredir em meus
treinos. Após cerca de 1 mês sob orientação online da Renata, no dia 27 de
abril de 2014, conclui minha terceira prova. Resultado: 8 km em 00:38:19, 23º
colocado da categoria masculina de 18 a 29 anos, com um pace de 4:47min/km. A partir daquele dia descobri minha paixão por
corrida. Continuei recebendo, ainda com maior frequência, as orientações da
Renata e os progressos só aumentaram.
Em agosto, 4 meses depois, pulando o famoso conselho de que
o próximo passo seria uma prova de 10 km, fui pra minha primeira meia maratona.
Escolhi a ‘Golden Four’, da Asics. Estava muito bem. Cumpri todos os treinos em
dia, me sentia muito confortável correndo e extremamente confiante. Eu sabia
que estava muito bem treinado e que as planilhas tinham sido extremamente
proveitosas e fundamentais. Novamente não posso dramatizar. Fiz uma prova
tranquila, terminando com um tempo de 1:42:09. Pace de 4:52 min/km. Estava muito feliz. Naquele dia, soube que o
meu maior objetivo passou a ser me tornar um maratonista. E junto com a Renata
e sua assessoria, fomos em busca disso.
Nesse meio tempo de preparação física e psicológica para
esse objetivo maior, tive algumas outras boas provas e alguns outros bons
resultados. Como a melhora considerável no meu tempo de 21 km, apenas 3 meses depois da ‘Golden Four’,
na última etapa do ‘Circuito Athenas’, onde completei em 1:37:00. Sem dúvida
minha melhor corrida até hoje e, também, a
mais difícil e desgastante. Para fechar o ano, fomos em busca de um último
objetivo, já que estávamos com volume e rapidez nos treinos. Depois de muita
insistência e teimosia minha, a Renata me autorizou a ir buscar os 10 km da ‘Track&Field
Villa Lobos’ em menos de 00:45:00. Completei a prova em 00:44:59. Sim, esse foi
mesmo o tempo e está registrado.
Depois desse ano maravilhoso de corridas, onde descobri um
novo amor por um novo esporte e, também, a certeza de que precisava ir atrás do
sonho de me tornar maratonista. Descobri que minha amiga havia se tornado uma
grande treinadora e que não seguir os conselhos e as orientações dela, como
profissional extremamente capacitada de educação física e minha coach, iam me custar caro. Logo após
essa que era para ser minha última prova no ano, um amigo me telefonou dizendo
que não poderia correr os 18 km da ‘Volta da Pampulha’ e que se eu não fosse no
lugar dele perderia a reserva no hotel mais a inscrição da prova. Mesmo com o
conselho dela em encerrar o ciclo de provas de 2014, insisti que deveria ir,
que correria apenas para passear e que não forçaria o ritmo, já com a ideia de
me recuperar por um tempo para começarmos os treinos para a tão sonhada
maratona em 2015. Menti. Quando cheguei na largada da prova, disparei. Forcei,
e muito, para conseguir um tempo bom. Terminei os 18km em 1:37:00, com pace de 4:37 min/km. Quando contei para
ela tomei uma super bronca, pois eu não devia ter feito aquilo. Aceitei,
concordei e repousei, como ela me orientou.
Retomei os treinos em janeiro, já com as planilhas prontas
para realizar minha primeira maratona. Escolhi a ‘Maratona de Santiago’, no
Chile. Como sempre, me dediquei ao máximo as planilhas e as orientações que ela
me passava. Os treinos estavam indo muito bem e eu estava me sentindo
extremamente confortável para realizar aquele tão sonhado, e difícil, desafio.
Renato Cassola durante a Maratona de Santiago no Chile. |
Faltando aproximadamente 1 mês e 1 semana para a prova, paguei o preço por ter forçado demais em algumas corridas e treinos, não seguindo nessas vezes a orientação da Renata e suas planilhas. Comecei a sentir um incomodo no joelho. Fui ao médico e estava com inflamação no músculo tensor da fascia lata. Nada grave, mas que iria me causar muitos incômodos. O médico me disse que eu poderia, se conseguisse, concluir os treinos e a maratona, pois isso não seria prejudicial para a lesão, mas que depois deveria tratar.
Como uma criança que faz coisa errada e sabe, fui conversar
com a Renata e pedir ajuda, porque não queria sacrificar todo o esforço dos
treinos perdendo a maratona. Como toda boa mãe de criança que faz coisa errada,
ela me aconselhou a não fazer mais. Me pediu para abandonar a ideia da
maratona. Como todo filho teimoso, neguei e disse que precisava da ajuda dela
para que tudo corresse da melhor forma possível e para minimizar minha dor. Ela
então aceitou e me disse que eu deveria seguir todas as orientações à risca,
sem forçar. Diminuímos consideravelmente a velocidade nos treinos, diminuímos a
quantidade de treinos de corrida para 2 vezes por semana e substituímos alguns
treinos por outras atividades aeróbicas, como transport. A única coisa que aumentamos e muito foi o contato nesse
período. Eu passava quase que diariamente feedbacks
para ela de como estavam meus treinos e as dores. Fiquei com medo. Achei que
perderia volume e condicionamento, e não conseguiria fazer a prova.
Mais uma vez o treinamento que eu tive foi fundamental, me
fez muito bem e foi extremamente eficaz. No dia 12/04/2015, após 4:25:00, me
tornei um maratonista. É indescritível a sensação de conquistar esse objetivo.
Após cruzar a linha de chegada descobri que não eram os 42 km que importavam, mas sim o crescimento
pessoal que cruzar aquela linha de chegada, após 4 longos meses de treinamento,
me proporcionou. Além disso, a lembrança de todos os amigos e todas as pessoas
que te acompanharam nessa árdua jornada são inevitáveis na hora do choro pós
linha de chegada.
Minha história foi um pouco diferente da maioria dos
corredores. Muitos acabam se tornando grandes amigos de seus treinadores. Eu
descobri que a minha grande amiga era também uma excelente treinadora e que
talvez se eu tivesse seguido o trabalho e as orientações dela desde o início, o
resultado final seria ainda mais prazeroso. Dei sorte e ela conseguiu corrigir
meus erros e minha teimosia, mesmo sem tempo hábil pra isso. Hoje não realizo
mais um só treino se quer fora do recomendado. Continuo com as planilhas online
de corrida e com as séries de musculação que ela me orienta.
Hoje o objetivo mudou um pouco e ficou ainda mais louco. Agora a ideia é completar um Ironman. E eu vou continuar, até lá, respeitando e seguindo as orientações de uma grande amiga e excelente treinadora, que agora se chama Gaia Assessoria Esportiva.
Renato Cassola muito feliz por ter completado a Maratona de Santiago no Chile. |
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